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Tratamento cirúrgico de cisto odontogênico epitelial calcificante

Resumo

O cisto odontogênico epitelial calcificante (COEC) é uma lesão rara, que apresenta comportamento clínico e radiográfico variáveis. Foi descrito em 1962, por Gorlin, porém somente em 1971 foi reconhecido pela OMS como entidade patológica distinta e classificado como lesão cística não-neoplásica. O objetivo neste estudo foi relatar um caso de COEC.

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Descritores: Cisto odontogênico calcificante. Tumores odontogênicos. Cistos maxilomandibulares

Introdução

O cisto odontogênico epitelial calcificante (COEC) é uma lesão rara, representando menos de 2% de todos os cistos e tumores odontogênico. Foi descrito inicialmente por Gorlin, em 1962, como cisto odontogênico derivado do epitélio reduzido do esmalte, a partir de ameloblastos bem diferenciados, ou ainda por epitélio odontogênico ativo. Somente em 1971 foi reconhecido pela Organização Mundial de Saúde (OMS) como entidade patológica distinta e, classificado como lesão cística não-neoplásica5. Atualmente, a OMS define o COEC como tumor odontogênico, incluindo todas as suas variantes.

Apresenta-se como lesão central (intraóssea), ocorrendo igualmente na mandíbula e na maxila, preferencialmente na região anterior. Não tem predileção por sexo ou raça, porém atinge indivíduos entre a 3ª e 4ª década de vida. Clinicamente, o cisto de Gorlin manifesta-se como lesão não-neoplásica, indolor, provocando expansão da cortical óssea, podendo exibir perfuração da tábua óssea. No exame radiográfico, observa-se, principalmente, lesão unilocular radiotransparente bem definida, ainda que ocasionalmente multilocular. O diagnóstico é firmado após realização e avaliação de exames microscópicos.

O prognóstico desse tipo de lesão é favorável e, quanto à forma de tratamento, há um consenso entre os autores para a preconização da enucleação cirúrgica. Diante do pressuposto, um caso de COEC é relatado e discutido, desde o atendimento inicial até a completa resolução do quadro em questão.

Relato do Caso

O paciente do gênero masculino, leucoderma, 14 anos de idade, compareceu ao Centro de Reabilitação Oral e Maxilofacial (CROM), queixando-se de abaulamento indolor em maxila esquerda, com evolução de cerca de 18 meses. Ao exame físico, observou-se abaulamento da cortical óssea vestibular na região entre os elementos 22 e 23, com deslocamento dos mesmos. A mucosa da região era normocorada e os elementos responderam positivamente ao teste de vitalidade pulpar.

Radiograficamente, observava-se presença de lesão radiolúcida bem circunscrita, com aproximadamente 20 mm no seu maior diâmetro, acometendo região anterior de maxila. Em decorrência das características da lesão, optou-se pela enucleação total.

Em ambiente ambulatorial, iniciou-se o procedimento cirúrgico por meio da anestesia local. A incisão foi iniciada na linha mediana, entre os elementos 21 e 22 até a papila disto-vestibular, na região do elemento 24, sendo que foi realizada nesse ponto uma incisão oblíqua em direção ao fundo de sulco gengivo-labial.

Prosseguiu-se com o descolamento mucoperiostal e acesso à lesão. No ato da excisão, observou-se rompimento da cortical óssea. A peça retirada foi encaminhada para análise microscópica (Figuras 5 a 8), obtendo diagnóstico final de cisto de Gorlin (cisto odontogênico epitelial calcificante).

Os controles pós-operatórios foram realizados em 7, 14, 28 e 64 dias até 1 ano, quando o paciente apresentou a condição de alta ambulatorial, observando-se total finalização no processo de cicatrização das abordagens cirúrgicas, tanto nos aspectos clínicos como radiográfico. Nos primeiros dois meses, realizou-se drenagem linfática facial e exercícios de motricidade labial, para regressão de edema e diminuição de fibrose cicatricial.

Texto completo: PDF

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